Monday, May 31, 2010

Da sabedoria

Se tu me amas, ama-me baixinho
Não o grites de cima dos telhados
Deixa em paz os passarinhos
Deixa em paz a mim!
Se me queres,
enfim,
tem de ser bem devagarinho, Amor,
que a vida é breve, e o amor mais breve ainda...

[Bilhete - Mario Quintana]

Thursday, May 20, 2010

Da (in)Justiça




Ontem vi o documentário "Os pecados do meu pai", que trata do filho de Pablo Escobar. Foi revoltante ver imagens de Escobar - já com uma cadeira no congresso (não bastou poder econômico)- afirmando na TV que não tinha envolvimento com o narcotráfico. Tal afirmação foi feita para rebater as denúncias de Lara, outro político colombiano, que tentava combater o mercado crescente de drogas. Por levar à frente a denúncia, Lara foi assassinado pelos homens de Escobar. A cena do filho da vítima chorando no enterro aos 8 anos, faz crescer ainda mais a revolta.

Sentir-se injustiçado é um dos piores sentimentos. Falo isso com conhecimento de causa. Mais injusto ainda é não contar com um sistema eficiente, capaz de penalizar bandido - munido de prova falsa em plena delegacia. Falo isso porque vivenciei. "Melhor conciliar com bandido a levar o processo à frente, minha senhora. A justiça é morosa e desgastante. Preferível encerrar isso aqui", ouvi (pasma) de nossas autoridades.
Ah... falando de bandidagem, nem se fala das fraudes que tenho "engolido" junto com meu choro a cada concurso público que presto. Mas isso é assunto para outro texto.

Bem, o documentário que citei no início deste post foi filmado em 2007. Ele também mostra o encontro dos filhos de alguns homens que Escobar matou com Sebastian, filho do famoso narcotraficante (que não pisava na Colômbia desde 1993, ano da morte do pai). Sebastian pediu perdão. O filho de Lara disse que queria abraçá-lo e apertar-lhe a mão, esperando que isso ajude a Colômbia a ser um país melhor que o da infância deles.

Não é no judiciário que está a minha esperança de ver um mundo melhor. Mas é em gente assim, como o filho de Lara, que repousa meu consolo.