Assisti ontem. Desde que passou o trailer no cinema quando fui ver Vicky Cristina Barcelona (Sensacional! Woody Allen, sou suspeita em opinar), achei a idéia do filme interessantíssima. Um homem que nasce velho e vai rejuvenescendo com o passar do tempo. Alguém, cujo relógio da vida anda ao contrário. Imediatamente lembrei daquele texto atribuído ao Chaplin que já muito circulou na internet... e que diz mais ao menos que o ciclo da vida é injusto. Devíamos primeiro morrer logo para ficar livre disso duma vez. Envelhecer, ficar jovem, criança e voltar para o útero da mãe onde tudo terminaria num orgasmo. A originalidade rende uma bela reflexão. Por que não um belo filme? Nada. Depois de quase três horas sentada, quando as luzes acenderam, virei para a cadeira de trás onde estava a minha mãe e disse: Odiei! Ela: eu também, com cara de sono. Flagrei mainha dormindo quando, lá pelas tantas do filme, o Brad Pitt aparece tal como ele é, lindo e jovial, cachecol esvoaçante, em cima de uma moto. Virei com o sorrisão no rosto para mainha que, para minha decepção, nessa hora dormia. Perdeu o melhor do filme: o Brad Pitt quando fica gato.
O longa é ruim porque cheio de clichês. A começar, a história é narrada a partir do diário do Benjamin que vai parar nas mãos da sua amada. Esta, bem velha, se encontra no leito de hospital, à beira da morte, enquanto ouve a filha ler as páginas e vai rememorando, saudosa, os dias que passou ao lado da grande paixão da sua vida (Titanic sem navio?). Além do clichê de se encontrar moribunda, o filme resgata a pieguice do amor único e eterno, tão combalido nos dias de hoje. Dá vontade de levantar e ir embora numa das cenas finais. Não vou contar porque pode ser que alguém se atreva a ir ver o filme. Mas dou uma dica: se passa na janela do hospital.
Eu ontem bem que sugeri a mainha para vermos "Queime depois de ler". E quase fomos. Cheguei a ouvir ela perguntando pro seu namorado: "Por que não vamos assistir o filme que a Pati disse, 'Rasgue e Jogue Fora?'". Quem conhece minha mãe, sabe como ela é mestre em trocar os nomes das coisas. Pelo menos em Queime depois de ler, se for ruim (não vi ainda), ela não correria o risco de perder a única parte boa do filme... Neste, Brad Pitt está lindo e jovem o tempo todo.