As festas e reuniões familiares na casa de tio Lula são conhecidas pela fartura de guloseimas feitas, a maioria, por ele próprio. Ele sai da cozinha com aquele rostinho bonachão trazendo até a varanda do seu belo apê- onde a família costuma se concentrar - nada menos do que churrasquinho, rosca salgada (depois embrulhadas em papel alumínio para nós), bobó de camarão, pãozinho de alho, picanha. Tudo, assim, de uma vez só. Fora a infinidade de chocolates, biscoitos e tortas que ele compra, dispostos numa fileira capaz de aniquilar qualquer dieta. Assim, a casa de Tio Lula é sinônimo de deleite ou desespero. Tudo depende da sua relação com o ponteiro da balança. É aí que entra a nossa personagem de hoje, Quel, minha irmã. Recém-chegada em Recife, seguiu para a casa do nosso querido e cozinheiro tio. "Putz, não posso exagerar tanto. Vou comer um pouco, o normal, mas depois escovos os dentes para não comer mais nada", pensou a esbelta Quel não sei porquê preocupada com a balança. No corpitcho dela, eu teria optado pelo deleite sem culpa. Colocou as poderosas escova e pasta de dentes na bolsa, "objetos-escudo", anti-celulites e gordurinhas póstumas. Resultado: ela escovou os dentes 11 vezes.
Quem é da nossa família entende, Quequel.
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