Friday, January 04, 2008

Da(quela) Saudade

Quando ela vem assim... rasgando... tudo fica tão sem sentido. O aperto no peito, sintoma de angústia, e só uma vontade de gritar, pedir um sinal que seja, além da matéria. Não posso mais ouvir teu riso, teus conselhos, nem a esperteza das réplicas afiadas como um estilete. Não posso mais ver as miçangas deslizando no fio do colar, a mão alisando o suor da testa e, em seguida, sobre a boca... nem - nunca mais - você deitada ao meu lado, no chão do quarto de TV, naquela hora que o soninho vem à tarde. Abrir os olhos e te ver, de conchinha, foi um suspiro de alívio depois de um sonho ruim... Só resta imaginar como você, hoje, agiria, o que diria, a expressão que seria... mas dói tanto sem nada a se agarrar, pegar, tocar. Só lembrar, lembrar tira o sono e o chão. Tão bom seria saber que você pode ainda ver tudo que de feliz está acontecendo. Um sinal ao menos podia... tipo latinhas de cerveja reluzindo nas nuvens e chuvinha de restinhos de cigarro...
Que falta você me faz.

5 comments:

Anonymous said...

não dá pra comentar

snif³³³³³³³³³³³³

Tati

Anonymous said...

Nossa vida é o resultado da soma das nossas escolhas. Nada é por acaso.

Sabina Insustentável said...

Nem sempre meu, caro! "Navegar é preciso, viver não é preciso". Às vezes não temos escolha, como foi o caso...

Anonymous said...

Pati, fui mal interpretado. "Perder alguém" é o risco que corre todo aquele que escolheu "ter alguém". Capisce? ;o)

Izabel said...

cada dia que passa me orgulho mais de vc. Eu te conheci no começo de sua escrita. Agora leio uma Pati fora do comum. Rica. Grande. E além. Sinto que vc está indo onde sempre quis. Não esqueça de fazer isso por mim. (principalmente no que diz respeito a ler todos os livros do mundo). E, certeza, que sua tia do core agradece pela sutileza dos seus pensamentos eternizados aqui.

te amo. vc me inspira mesmo a distância, minha branquela.