Sunday, August 29, 2010

Do Luto (repostagem)

Como alguém pode deixar a gente tão destroçado? Que poder é esse que as pessoas têm sobre nós? Quando um relacionamento termina contra a nossa vontade, perdemos o chão e o teto desaba. A vontade nossa, é de nada. Lutamos contra o querer, executando alguém que se fez parte de nós. E o outro vai morrendo dentro da gente por escolha dele. As emoções viram ao avesso quando a ordem racional é desamar, amando. Culpa da perda compulsória. Da saudade insuportável e involuntária de não poder saber de quem se gosta, saudade que dói mais.

A legislação trabalhista devia levar isso em conta. Além das licenças a que se tem direito, deveria existir a do período de reestabelecimento sentimental. Seria, por lei, o luto de amor. Uma licença para sofrer um pouco em paz...

Quero andar por outra rua.

Wednesday, August 04, 2010

Da autobiografia em 5 capítulos

1) Ando pela rua . Há um buraco fundo na calçada . Eu caio. Estou perdido... sem esperança. Não é culpa minha. Levo muito tempo para encontrar a saída.


2) Ando pela mesma rua. Há um buraco fundo na calçada Mas finjo não vê-lo. Caio nele de novo.
Não posso acreditar que estou no mesmo lugar. Mas não é culpa minha. Ainda assim levo um tempão para sair.

3) Ando pela mesma rua. Há um buraco fundo na calçada. Vejo que ele ali está. Ainda assim caio... é um hábito. Meus olhos se abrem. Sei onde estou. É minha culpa. Saio imediatamente.

4) Ando pela mesma rua. Há um buraco fundo na calçada. Dou a volta.

5) Ando por outra rua.

Acho que é de algum livro zenbudista... procurando desesperadamente este livro ..