**Mãe, você dá um livro de crônicas. No Dia das Mães do ano que vem ele deve estar pronto!**
Estava no quarto dormindo. Acordei com "Anunciação", versão para celular. É o toque do telefone da minha mãe. Do outro lado da linha, meu padrinho Tio Caé. Despertei com o volume de 2 milhões de decibéis da conversa (quem conhece minha mãe sabe do que estou falando). De repente... Ugh! Dorzinha na alma:
- Ah, Caé! Eu sigo aquele poema do Quintana: "Tudo aquilo que estorva minha passagem, passará. Eu passarinho".
Antes que Mário Quintana se revire (mais) na tumba, retifico: "Todos esses que aí estão atravancando meu caminho, eles passarão... eu passarinho!"
E essa não foi a única vez que ouvi meus poemas preferidos serem adaptados por mainha. Outro dia, eu estava no quarto, sentada na cama, lendo um livro apoiado no meu colo. Foi inevitável levantar, desconfiada, uma das sobrancelhas ao escutar minha mãe ao telefone com tia Ângela:
- A Pati me mostrou uma poesia linda do Quintana. Eu até decorei...
E ela começou a assassinar "Parece um sonho...". O poema é um pouco grande, não lembro os detalhes do homicídio literário. Lembro que levantei a cabeça e comecei a ouvir com um sorriso no canto da boca, pensando "Só mainha mermu". Procurei o livrinho de bolso do Quintana e abri na página 88. Levei até a sala.
- Tá aqui o poema, mãe.
- Ah, Ângela! A Pati trouxe pra mim. Vou começar de novo.
Voltei para o quarto e sentei, prestando atenção. Senti minha alma sendo costurada.
- Ah, Caé! Eu sigo aquele poema do Quintana: "Tudo aquilo que estorva minha passagem, passará. Eu passarinho".
Antes que Mário Quintana se revire (mais) na tumba, retifico: "Todos esses que aí estão atravancando meu caminho, eles passarão... eu passarinho!"
E essa não foi a única vez que ouvi meus poemas preferidos serem adaptados por mainha. Outro dia, eu estava no quarto, sentada na cama, lendo um livro apoiado no meu colo. Foi inevitável levantar, desconfiada, uma das sobrancelhas ao escutar minha mãe ao telefone com tia Ângela:
- A Pati me mostrou uma poesia linda do Quintana. Eu até decorei...
E ela começou a assassinar "Parece um sonho...". O poema é um pouco grande, não lembro os detalhes do homicídio literário. Lembro que levantei a cabeça e comecei a ouvir com um sorriso no canto da boca, pensando "Só mainha mermu". Procurei o livrinho de bolso do Quintana e abri na página 88. Levei até a sala.
- Tá aqui o poema, mãe.
- Ah, Ângela! A Pati trouxe pra mim. Vou começar de novo.
Voltei para o quarto e sentei, prestando atenção. Senti minha alma sendo costurada.
3 comments:
* Crise de riso*
e muitaaaaaaaaaaaaaaa...
Mermão...Tia Letícia não existe!!!
=)
beijãooooooo
um dos textos mais lindos - e lidos, creio - do blog até hoje.
beijo.
Super divertido a maneira como você usa as palavras. Parabéns adorei.
Amarilio
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