Friday, April 17, 2009

Da saudade, da saudade...

Eu e meu amigo publicitário Bê Sant'anna falávamos hoje sobre saudade. No seu blog (http://besantanna.blogspot.com/), ele escreveu que "A saudade longe é difícil. A saudade perto é phoda". Minha primeira reação diante dessa frase que parece mais não é paradoxal, foi uma cara de "hã?". Mas depois, por experiência própria, entendi o que de tão lindo Bê disse. Para mim, ele quis dizer o que escrevi logo ali embaixo, uma frase da crônica de Martha Medeiros, que eu lembrei quando senti... e ainda sinto: "Saudade é não querer saber e, ainda assim, doer". E é bom viver para entender coisas assim, de uma dor que substitui outra, como essa saudade que a gente escolhe ter esperando que o tempo apague o que antes doía, mas não era saudade...
Essa, sem dúvida, é mais phoda que a geográfica saudade de quem, inevitavelmente, está longe. Saudade longe tem cura alegre. Saudade perto machuca até ir embora.
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Coloco em seguida mais um trecho dessa crônica da Martha que, como bem disse Bê, "'É isso":
(...)A saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama.
Saudade é não saber. Não saber mais se ele continua se gripando no inverno. Não saber mais se ela continua clareando o cabelo. Não saber se ele ainda usa a camisa que você deu. Não saber se ela foi na consulta com o dermatologista como prometeu. Não saber se ele tem comido frango de padaria, se ela tem assistido as aulas de inglês, se ele aprendeu a entrar na Internet, se ela aprendeu a estacionar entre dois carros, se ele continua fumando Carlton, se ela continua preferindo Pepsi, se ele continua sorrindo, se ela continua dançando, se ele continua pescando, se ela continua lhe amando.
Saudade é não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.
Saudade é não querer saber. Não querer saber se ele está com outra, se ela está feliz, se ele está mais magro, se ela está mais bela. Saudade é nunca mais querer saber de quem se ama, e ainda assim, doer.
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P.S- No Blog da Mari (http://passagemparabelem.blogspot.com/), tem a crônica na íntegra. Três blogs linkados pelas cabecinhas aí do lado, como fofamente diz a Mari em um post seu, e pelo tema saudade...

14 comments:

Thiago Alcântara said...

Hi baby!

A frase do seu amigo me tocou e me fez concordar com o restante do post.

Mas não sou homem de sentir saudade! Sou adepto das ligações no meio da noite, mensagens desaforadas e de situações resolvidas com ou sem ansiedade. Deve ser por isso que já me ferrei baldes.

Um bjo.

T.
http://gargantadehalls.blogspot.com/

Unknown said...

eu sou o cara q se sente assim se da certo otimo se não da eu mudo
^^

so uma pergunta,
vc tm msn?
;*

se puder
http://sonabrisa.nomemix.com/

Atilano Moreira said...

mto bom o blog sucessos pra ti!!!
bjos e se puder.... veja
http://furdunconosemaforo.blogspot.com/

Daniel Silns said...

Legal, o seu aproveitamente sobre o seu dia com seu amigo, deu uma noticia bem legal, coisa inovadora eu chamaria!

E a citação da cronica entao? Foi tudo!
Está realmente perfeito!
Bjs!
Todo sucesso pra voce e seu blog e obrigado pelo comentario no meu.

Virei aqui sempre que puder!

Anonymous said...

Putz... nunca tinha dado um 'nome' pra esse tipo de saudade, mas vivo pensando nisso.

Sempre gostei de boas amizades. Amigos e amigas de faculdade, de colégio, de prézinho... todos, hoje, tomando seus rumos na vida; a maioria deles, ainda residindo na mesma cidade que eu.

Às vezes, me pego pensando neles e nelas. O que estarão fazendo? Casaram-se? Tiveram sucesso? Será que lhes mando um e-mail, telefono, mando uma carta?

No fim, não faço nada. Não sei o que fazer. Não sei se me reconhecerão. Não sei se vão gostar da atitude. Então, resta a saudade...

Realmente, é phoda!

Abraços o/

Fábio said...

é verdade

Vagabundoo said...

É... a saudade machuca!!!!
Beijos linda blogueira!

Solange Maia said...

Adorei seu blog.
Bem escrito, delicioso de ler... e de uma sensibilidade difícil de encontrar.

Saudade a gente sente as vezes até do que nunca tivemos...

Parabéns !

Beijo,

Solange Maia

Quando puder visite meu blog também :

http://eucaliptosnajanela.blogspot.com

calango cast said...

eeeeeeeeeeeee saudade

Denize said...

Oi, amiga!
Mas um lindo post.
Esta crônica é muito feliz ao descrever este tipo de saudades.
Sinto muitas de você e daquele tempinho saudoso que vivemos na Boca do Monte. Saudades boas, daquelas que, como diz o texto, resolvem-se com uma visita.
Grande abraço!

Daniel said...

Saudade é um dos sentimentos que mais nos castiga... Cheguei aqui através do Eucaliptos na Janela, e gostei muito daqui, voltaeri mais vezes. Um abraço e boa semana.

http://contesta-acao.blogspot.com

blog said...

Sempre senti mais saudade quando estava próximo. Faz sentido, principalmente quando sabemos que a pessoa amada irá embora.
Inevitavelmente.

Ipsis

Hique said...

E quando tenho saudade de mim, como faço?

Bê Sant Anna said...

Acho que sei bem do que o Hique acima está falando... Pra falar a verdade, saudade de você mesmo é talvez a pior de todas. Senti isso por muitos anos.
Desconfie de quem, ao entrar no elevador com um espelho, não se olha atentamente. Não é só "preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã", é preciso se amar em primeiro lugar. Com feitos e defeitos. Que aí, a gente não viaja pra longe da gente mesmo...