Balanço sentimental de 2008.
Fim de namoro tipo casório logo no início do ano. Sozinha com muitas garrafas de champagnhe, perdida no Rio Grande, minhas amigas de férias em suas respectivas cidades. Mas quando voltaram, ao lado delas, baladeiras e solteiras, o resultado não podia ser outro senão badalação. Primeiro dia na night totaly alone, vestido decotado da Rebeca, ainda mais ousado no meu quadril tiquinho maior que o dela, rumamos para o Coyo, a nossa boate favorita no primeiro semestre.
Homem bonito não faltava. Mas estava desacostumada com a calhordice dos machos depois de 3 anos com um homem decente. Procurando o toquinho da Rebeca que estava chorando atrás do balcão (para desespero dos garçons) em busca da cartela que estava na minha bolsa, esbarrei com um cara lindo, camisa branca de botão e manga comprida, um pouco aberta, mas sem ser peão. Depois de uma conversa básica, ficamos. Mas ele acabou confessando que tinha namorada e começou a falar do quão ruim estava seu relacionamento. Mas de psicóloga passei a paciente. Comecei a chorar falando que tinha acabado de terminar meu namoro. E fui pra casa de cara borrada.
Depois, no mesmo Coyote, encontrei um cara bonito e bacana. Ele trabalhava lá e sempre saía pela porta dos fundos quando estavam no lugar mais de uma menina que ele costumava ficar. "Graças a Deus existe aquela porta da cozinha", confessou numa noite. Mas eu achava graça. Ele sabe. Éramos Tomas e Sabina. E eu voltava para casa de sorriso no rosto.
No meio tempo teve o jornalista legal que só conhecia de vista e com o qual conversei virtualmente. As palavras dele me fizeram chegar a seguinte conclusão: "Porra, acho que meu destino é casar com um jornalista. Eles tem a manha do que escrever". Os textinhos no preto e branco do msn ficavam coloridos a cada resposta dele. Contei os dias para encontrá-lo. Ele não mora mais em BH e aqui veio umas duas semanas depois das conversas virtuais. Escolhi um lugar romântico e me vesti que nem moça para casar. Vestidinho amarelo florido até o joelho. Bolsinha creme, tom sobre tom. Sandália alta, lógico. Louca para ouvir frases coloridas. Mas na mesa só pensava na música relicário: "O que está acontecendo? Milhões de frases sem nenhuma cor". Peraí. Milhões? Não. Ele não falava. E enquanto eu tentava puxar conversa, ele dormiu duas vezes sentado na mesa com velas e garrafas de vinho. Ow, calma aí. Não era para dormir. Resultado: voltei para casa frustrada. De novo.
O outro jornalista, "meu futuro marido" nas palavras da minha grande amiga enganada, também rendeu apelos a Nosso Senhor protetor dos homens idiotas. Depois do estilo namoradinho perfeito, se revelou. Num bar, um colega em comum com muita cachaça na cachola chegou em mim. O amigo do "meu futuro marido", nobremente, tomou as dores. Mas, para meu espanto, o pretendente colocou a culpa em mim. Será que minha calça saruel tava muita justa? E ainda tive que escutar meu primo gaiato cantar Vander Lee no violão o dia inteiro seguinte: "Morro de saudade, A CULPA É SUA". Sem contar que saí dirigindo transtornada e detonei o carro em duas pilastras que apareceram no meio da garagem. Voltei para casa com prejuízo financeiro de mil reais. E afetivo de um amigo e um pretendente a menos.
E, por último, o meu ex-amigo modelete com o qual nunca tive pretensões maiores. Desde a época da faculdade, eu dizia em relação a ele: "Lindo, mas nunca pegaria". Só que, um dia, depois de um enterro e vontade sem igual de curtir a vida, estava doida para sair. Percorri toda a minha agenda telefônica. Os amigos le(g)ais não estavam disponíveis. Contrariada, fui ver televisão. Efeito Borboleta. Me aparece Ashton Kushner na tela. Lembrei do modelete que com ele se parece. Estávamos combinando de encontrar desde que voltei para a capital mineira, mas sem segundas intenções. Pelo menos da minha parte. Entrei em contato com ele que ia para um lugar com um amigo. "Opa, pelo menos vai um amigo. Nada de esquema então", conclui. Mas para minha bela surpresa, o dito amigo não foi. E eu me amiguei com um cara legal que conheci lá no lugar. E ainda tive que ouvir o modelete falando para o meu ficante: "Você sabe que você não é 10% do que eu sou, né?". E, como se não bastasse, passou meu telefone para um carinha com bigodinho ralo que me pediu cigarro a noite inteira. Ah. E o cara legal que eu fiquei? Descobri que tem namorada. Qualé Nosso senhor protetor dos homens idiotas??? Voltei para casa desiludida.
Conclusão: em geral, os caras que rondaram por aí em 2008 são boy putões*, tem namorada ou as duas coisas.
Para 2009? Eu quero a sorte de um amor tranquilo com sabor de fruta mordida. E um pouquinho de malandragem da minha parte também.
*Boy putão: espécie de homem cuja definição ainda está sendo elaborada pela minha pessoa. Mas já diagnostico o tipo empiricamente. O espécime será objeto de um texto próximo...